segunda-feira, 2 de maio de 2016

Alimento Vivo para Peixes de Aquário


Artemia Salina
A artemia é considerada a melhor opção como alimento vivo para peixes ornamentais devido à facilidade com que é encontrada no comércio, à possibilidade de ser criada em casa e principalmente pelo seu alto valor nutricional.

Nome popular: Artemia salina

Nome científico: Branchipus stagnalis

É rica em proteínas, vitaminas (principalmente o Caroteno) e sais minerais, é indicada para peixes em tratamento pois acelera a sua recuperação; os náuplios de artemia são indispensáveis para alevins que já não possuem o saco vitelino, além de que alguns animais se alimentam quase que exclusivamente de artemias.



Fotografia: Celso Fernando Paris Jr.


Como criar: 

Depois de saber de todas estas vantagens que a artemia oferece, porque não criá-las em casa e ter sempre alimento vivo e saudável para os vossos peixes? Para isso precisarão de um aquário de, no mínimo, 50L, com água do mar ou uma solução contendo uma colher de sal marinho (30g) por litro de água doce. Dissolvam na água um pó feito com coral moído até que fique opaca, coloquem num local onde bata bastante sol; a água ficará verde e rica em microalgas que servirão de alimento para as artemias, além de oxigenarem a água dispensando o uso de bombas de ar. Comprem uma porção de artemia viva e coloquem-na no aquário; elas reproduzem-se muito depressa e logo terão uma boa quantidade, suficiente para que seja feita uma recolha semanal para a alimentação dos peixes. Mas nunca se esqueçam de deixar algumas para que a criação tenha durabilidade e desse modo as artemias terão uma cor avermelhada e alto valor nutricional. Também podem ministrar-lhes (às artemias) outros tipos de alimentos como fermento biológico, levedura de cerveja e pastas industrializadas próprias para esse fim. Mas assim elas não terão o mesmo valor nutricional como quando alimentadas com algas. É claro que pode ser mais fácil ir a uma loja todas as semanas comprar uma dose, mas se as criarem saberão que estão a oferecer aos vossos peixes artemias saudáveis e livres de contaminação.


Ref.ª: Marne Campos


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Bicho do amendoim
O bicho do amendoim ou besouro do amendoim é um insecto pertencente à ordem Coleoptera, e as suas larvas constituem um óptimo alimento para os peixes.

Nome popular: Bicho do amendoim

Nome científico: Palembus dermestoides

Cultura que desperta o interesse de muitos aquariófilos por requerer pouca manutenção. As fêmeas dos besouros depositam ovos no interior do amendoim e após um período de aproximadamente 10 dias esses ovos eclodem e transformam-se em larvas, que é a melhor forma de ser oferecida aos peixes, pois inicialmente a larva é minúscula e com o passar dos dias chega a aproximadamente 1,7mm,  transforma-se em pupa e depois em besouro.

Foto: Matheus Lopes
Como criar:
Num recipiente coloca-se amendoim, que é a base da alimentação dos besouros, e para manter uma certa humidade dentro do recipiente podem colocar uma rodela de cenoura, de batata ou outro. O recipiente deve ser fechado com tampa de rede, o que permite a entrada de ar e evita a fuga dos insetos. Para apanhar as larvas menores pode-se raspar a parte do vegetal que estava em contacto com os amendoins, as larvas maiores podem ser apanhadas com uma pinça.

Ref.ª: Alexandre Altieri e Matheus Lopes - Aquarismo Online

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Branchonetas

Branchonetas são as primas de água doce da Artemia salina, o ciclo de vida desenvolve-se completamente em água doce tornando o seu cultivo mais fácil que em relação a água salgada, bastando que se observem as particularidades do seu ciclo.

Nome popular: Branchoneta, Artemia de água doce.

Nome científico:
Dendrocephalus brasiliensis

Alguns comentários sobre o ciclo de vida e captura:

As branchonetas representam o ancestral dos crustáceos - que manteve a sua estrutura corporal e ciclo de vida sem modificações até à actualidade. Este lado primitivo e simples torna-as vítimas das modificações ambientais provocadas pelo ser humano nos últimos séculos.

Como a branchoneta se desenvolveu no planeta antes de outros animais, ela não apresenta qualquer defesa contra predadores. Por isso, geralmente só ocorre em corpos de água temporários (lagos ou poças de água) em que os predadores não estão presentes. Está tão adaptada a este tipo de ambiente, que não aparece em outros.



O ovo da branchoneta é um cisto de resistência que permanece no sedimento seco, às vezes durante vários anos. Quando ocorre uma chuva suficiente para acumular água, o cisto eclode e nascem as larvas. Em cerca de 10 dias, a branchoneta atinge a maturidade sexual, acasala e passa a pôr ovos. Entre 20 a 30 dias após o nascimento, morrem por velhice. Tal ciclo de vida coincide com o ciclo de encher e secar as poças.

O ovo da branchoneta só eclode se for seco antes. Em contraste, a sua prima hipersalina Artemia pode gerar "filhotes" se as condições ambientais estiverem boas, passando a produzir ovos de resistência apenas quando há stress ambiental. Assim, se a branchoneta produziu ovos num lago que não seca naquele ano, os ovos ficam depositados no sedimento, sem eclodir, enquanto as brachonetas genitoras já morreram de "velhas". O lago pode então não apresentar nenhum indício da existência de branchoneta "viva", até que uma nova geração venha a nascer. Isto ocorre quando o nível da água no lago desce um pouco, secando os ovos naquela faixa, e voltando a encher temporariamente após uma chuva. Provavelmente foi isso que ocorreu no lago em que vocês estiveram.

A dispersão dos ovos da branchoneta é efectuada por aves aquáticas, quando os ovos ficam colados nas patas e penas delas. Actualmente, até os pneus e rodas dos carros podem actuar como dispersores de ovos entre as poças de água nas estradas de terra. No Nordeste do Brasil, nos locais em que as estradas vicinais têm grandes poças, que ficam pelo menos duas semanas com água empoçada, pode surgir a branchoneta.




Como a branchoneta não pode existir em locais onde haja predadores (principalmente peixes), as poças de água e lagos onde ela aparece geralmente não mantém ligações com rios ou córregos perenes. Por isso, no mundo, as branchonetas são muito mais frequentes em regiões áridas ou semiáridas. Em regiões húmidas, como a da mata atlântica ou a amazónica, elas estão ausentes. Em São Paulo, até hoje, não há constatação de branchoneta autóctone.

A branchoneta pode ocorrer em tanques ou viveiros de piscicultura que sejam drenados e secos periodicamente. Isso ocorre especialmente nos tanques de larvicultura de peixes, em que o tanque é enchido uma semana antes de colocar as larvas de peixes. Neste período, as branchonetas nascem e crescem rapidamente, de modo a serem grandes em relação às larvas para serem predadas. Quando as larvas de peixe crescem, as branchonetas já estão desovando, e propagando a geração seguinte.

O local típico de ocorrência da branchoneta são as poças de água ou brejos, especialmente os que venham a secar (completa ou parcialmente) num ano ou outro.

Para recolher amostras, o mais viável e prático é apanhar o sedimento que potencialmente contém os ovos, e não os animais vivos (que são muito sensíveis). Retira-se uma camada superficial do sedimento, até 1 cm de profundidade, para formar uma amostra com cerca de 200 ml. Coloca-se a amostra num saco plástico fechado (sem ar), e pronto.

O sedimento pode ser recolhido tanto de local seco (que esteve submerso na época da chuva), como do húmido ou submerso. Se o material contiver raízes ou pedras, estas podem ser removidas para facilitar o acondicionamento, já que os ovos ficam misturados ao sedimento fino.

As amostras podem ser mantidas por longo prazo tal como foram apanhadas. Se for desejável secá-las para diminuir a massa ou volume, é só deixar secar naturalmente à sombra.

O mais importante é não deixar que o material das amostras se misture durante ou após a recolha. Como os ovos são microscópicos, podem acabar misturados no instrumento de captura, se ele ficar com terra da amostragem anterior.



Ref.ª: Dr. Ricardo Y. Tsukamoto

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Dáfnias

As dáfnias ou pulgas de água como são popularmente conhecidas, são pequenos crustáceos da subordem Cladocera que medem de 2 a 4mm de comprimento, vivem em lagos e charcos onde a água é parada e rica em matéria orgânica, sendo o plâncton o seu principal alimento.

Nome popular: Dáfnia ou Pulga D'água

Nome científico: Daphnia pulex



É um óptimo alimento para os peixes pois é rica em iodo, fósforo e cálcio mas apesar de ser altamente nutritivo, não devem ser dadas aos peixes mais de 2 ou 3 vezes por semana, por causa da grande quantidade de vitamina A que possuem, vitamina essa que só é benéfica em pequenas quantidades, além disso se colocadas no aquário em grandes quantidades, os peixes não irão consumir todas e elas acabarão morrendo consequentemente poluindo a água.




Como criar: Você poderá cultivar dáfnias em casa, garantindo assim um alimento nutritivo e saudável para seus peixes. Elas são ovíparas e deverão ser cultivadas em ambientes de no mínimo 100L (ambientes menores que isso, não atingirão resultados satisfatórios). Coloque o recipiente em um local onde bata bastante sol, no inverno use um termostato, a temperatura deve estar entre 26 e 32ºC, ele deve conter água doce com duas colheres de pó de coral a cada 100L para acelerar o aparecimento de algas, utilize também algumas folhas de verduras secas ao sol para propiciar o desenvolvimento de infusórios, seu principal alimento. Depois de uns 4 dias, a água já deve estar verde e rica em plâncton, pronta para receber as dáfnias, podendo estas ser coletadas na natureza ou compradas em lojas. Tudo em ordem, alimente as dáfnias com infusórios ou caldo de legumes (coloque uma folha de alface no tanque para produzir os infusórios). Se tudo correr bem, você verá após algumas semanas uma nuvem de dáfnias, que podem ser vermelhas ou brancas de acordo com a aeração. Quanto maior a temperatura, mais rápido será seu desenvolvimento. Agora é só servi-las aos seus peixes, tomando cuidado para não esgotar sua produção.



Ref.ª: Marne Campos


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Enquitréia

Trata-se de verme branco de tamanho reduzido com alto valor nutritivo, sendo uma ótima fonte de nutrientes para os peixes, mas também rica em gordura, por isso deve ser usada com critérios.


Nome popular: Enquitréia

Nome científico: Enchytraeus albidus

Esse verme sobrevive na água por algum tempo, por isso deve-se fornecer aos peixes em pequenas porções para que eles não se escondam no substrato, poluindo a água quando morrerem. Rico em vitaminas A, D e E, além de uma ótima fonte de proteínas e sais minerais, a enquitréia se apresenta como uma ótima alternativa na alimentação dos peixes ornamentais, contanto que o aquariófilo tome cuidado com o alto teor de gordura, não oferecendo aos peixes mais do que três vezes por semana. Para os filhotes essa regra pode ser mudada para diariamente, mas não como único alimento.



Fotografia: Alexandre Altieri

Como criar: Em um recipiente, de preferência isopor para isolar do calor externo, coloque carvão ativado até a metade, o carvão deve ser mantido sempre húmido, o que pode ser conseguido com a ajuda de um borrifador de água, introduza uma cultura inicial comprada em lojas de aquarismo, em pouco tempo a cultura se multiplicará e se tornará uma fonte constante de alimento para seus peixes. 



Ref.ª: Marne Campos 



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Microvermes

Os microvermes da aveia são pequenos nematódeos de aproximadamente 3mm, que vivem em um meio pastoso de farinha de aveia e água, sendo que uma grande vantagem dessa cultura é que eles se alimentam dessa mistura que compõe o meio onde vivem.

Nome popular: Microvermes, vermes da aveia.

Nome científico: Panagrellus redivivus

Ótimo alimento para alevins, os microvermes de aveia requerem pouca manutenção da cultura, são bastante prolíferos e iniciando-se com uma pequena cultura inicial, em poucos dias já poderá passar a alimentar os alevins com os microvermes.


Fotografia: Alexandre Altieri


Como criar: Em um pequeno recipiente plástico adicione uma mistura pastosa de água e farinha de aveia, junto a essa mistura coloque uma cultura inicial de microvermes, após alguns dias os microvermes já estarão se reproduzindo abundantemente e ao subirem pelas paredes do recipiente poderão ser coletados para alimentação de alevins. Para coleta pode-se usar uma lâmina raspando as paredes do recipiente onde está a cultura. Recomenda-se a troca do meio de cultura assim que este comece a escurecer, isso leva em média duas semanas, mas pode ter abreviado esse tempo em caso de regiões muito quentes, para fazer a mudança do meio de cultura, faça uma nova mistura, recolha um pouco de microvermes para servirem como cultura inicial e proceda como na primeira cultura. O recipiente deve ser aberto pelo menos de dois em dois dias. O calor aumenta a produtividade das culturas.



Ref.ª: Alexandre Altieri



Tenebrião

Os Tenebriões são uma espécie de besouro que em sua fase larval são muito utilizados na alimentação de muitos animais, entre eles, peixes, pássaros e répteis pelo seu alto teor de proteínas.

Nome popular: Tenebrião

Nome científico: Tenebrio molittor

Deve-se tomar muito cuidado ao fornecer estes coléopteros aos peixes, pois além de possuírem muita gordura, os Tenebriões, tem a fama de cavar seu caminho de fuga, ou seja, se ingeridos vivos e inteiros, podem "cavar" sua saída de dentro do animal que o comeu, e ninguém gostaria de achar o seu peixe no dia seguinte, morto no fundo do aquário e com um buraco em seu corpo. Lenda ou não, melhor não arriscar. Podem ser encontrados em lojas de pássaros, vendidos como alimento vivo, mas você também pode ter sua própria criação em casa.



Fotografia: Ricardo Assunção

Como criar: Em uma caixa de madeira com um substrato especial para eles que deve conter 2 partes de ração de galinha granulada de crescimento ou postura, 2 partes de farelo de soja ou trigo, 1 parte de ervilha seca moída, 1 parte de feijão moído, 1/2 parte de leite em pó e 2 partes de serragem, coloque uns 20 besouros e espere eles começarem a se reproduzir, os ovos demoram uns 20 dias para eclodir. É bom que haja um algodão húmido para eles beberem água



Ref.ª: Marne Campos


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Vermes do vinagre



Trata-se de um verme nematódeo de aproximadamente 3mm, que se alimentam de bactérias existentes no vinagre em fermentação, sendo que o meio para o seu desenvolvimento é constituído por 50% de vinagre de maçã, 50% de água e pedaços de maçã.

Nome popular: Vermes do vinagre ou enguias do vinagre.

Nome científico: Anguillula silusiae ou Turbatrix aceti.

Os vermes de vinagre são uma ótima opção para alimentação de alevins nos seus primeiros dias de vida devido a seu pequeno tamanho, são mais compridos que artemias recém-eclodidas, porém mais finas, possui a vantagem de sobreviver por um grande período vivo dentro do aquário, o que possibilita sua captura pelos alevins mesmo que não imediatamente após a introdução ao aquário.
Fotografia: Alexandre Altieri

Como criar: São mantidos em recipiente de vidro, com 50% de vinagre de maçã (cidra), 50% de água e com pedaços de maçã. A criação é bem pouco trabalhosa, bastando colocar uma cultura inicial no recipiente com a mistura citada e esquecê-la, que em pouco tempo os vermes se multiplicarão. O inconveniente desta criação é que este verme, por ser pequeno, para ser capturado deve ser “peneirado” com alguma malha bem fina e lavado ainda na malha para que não vá vinagre para o aquário dos alevins, o que poderia causar mudanças no pH.



Ref.ª: Alexandre Altieri 



Pesquisa, Adaptação: buarquesense@outlook.com

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