Doenças e Tratamentos

Esta é uma área em que poderão encontrar muitas dificuldades.

Geralmente, se conseguirem descrever os sintomas numa loja da especialidade, dar-vos-ão um produto que será a solução / cura.

Às vezes tal não sucede e terão de recorrer a alguém experiente na aquariofilia, da vossa confiança, que na maioria dos casos não se encontra nos fóruns, no computador.

Nunca misturem produtos de marcas diferentes para tratamento dos peixes. Algumas permitem o uso de vários produtos em simultâneo, desde que do mesmo fabricante.

E há o livro do Gerald Bassleer. Uma obra muito completa que ajudará qualquer pessoa nesta área.

Até já



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Informações para Tratamentos de Parasitas nos Peixes de Água Doce

Quase todos os grupos de animais e plantas contêm pelo menos alguns parasitas.

Parasitas são um grupo de organismos que podem ou não causar a doença em peixes de estimação, dependendo de vários factores. Os peixes infectados com um parasita chamam-se hospedeiros.

Antes de aprendermos sobre os diferentes parasitas de peixes, vamos descobrir exactamente o que é um parasita.


Ver artigo completo em:

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Doenças – Várias Noções
E informações úteis

Pesquisa e Adaptação: Buarquesense

INTRODUÇÃO

                Existem mais peixes no mundo em termos de número de espécies ou de indivíduos do que animais de qualquer outro grupo de vertebrados. O seu número total de indivíduos supera a soma de todos os indivíduos de todas as espécies vertebradas juntas, o que não deve causar surpresa uma vez que quase 80% da superfície da Terra é coberta por água.

                Os peixes e vertebrados semelhantes a peixes podem ser classificados em quatro classes:

Agnatha: peixes (vertebrados desprovidos de aparelho maxilomandibular) como ciclóstomos, lampreias e peixes-bruxa. Cerca de 50 espécies;
 
 

Placodermi: peixes primitivos com mandíbulas;

Chondrichthyes: peixes cartilaginosos como os tubarões, raias e quimeras. Cerca de 530 espécies;



 








Osteichthyes: peixes ósseos ou peixes de barbatanas raiadas. Cerca de 20.000 espécies.














Como grupo, os peixes apresentam tamanhos bastante variados. O maior é o tubarão baleia, Rhineodon typus,


que pode atingir mais de quinze metros de comprimento. O menor peixe conhecido é uma espécie de gobião encontrada nas Ilhas Filipinas, Pandaka pygmaea,


com um pouco mais de oito milímetros de comprimento. A maioria dos peixes encontra-se no mar, sendo chamados de peixes marinhos, mas há muitas espécies que são encontradas na água doce. Quando estas são estritamente confinadas a água doce recebem a denominação de peixes primários de água doce. Outras espécies podem penetrar no mar ou em água salobra, por curtos períodos de tempo, e são chamadas de peixes secundários de água doce. Existem ainda, as espécies diádromas, que migram regularmente entre a água doce e salgada, em certos períodos do seu ciclo de vida, tais como o salmão do Pacífico e as enguias de água doce. Estima-se que 58,2% das espécies de peixes vivas são marinhas e 41,8% são de água doce. Destas, 33,1% são primárias, 8,1% são secundárias e 0,6% são espécies diádromas.

                De todas estas espécies de peixes, cerca de 400 têm sido tradicionalmente mantidas em aquários e tanques como animais de estimação, tendo alguns acompanhado a própria história do mundo ocidental como no caso do Carassius auratus, o Kingio ou "peixinho dourado" que teve a sua primeira citação de coloração vermelha no ano de 970. A sua criação era comum na China em 1500, sendo levados para Portugal algumas vezes durante o século seguinte e para a Holanda em 1728, tendo-se tornado actualmente um dos mais populares peixes mantidos em aquários de todo o mundo. O Kingio original é vermelho-ouro na superfície dorsal, vermelho a dourado nos lados tornando-se bronze amarelado no abdómen, e podem viver até 30 anos. A reprodução selectiva tem originado uma variedade de cores e diversidade de formas nesta espécie. A determinação do sexo dos jovens peixinhos dourados é difícil, mas é simples em adultos reprodutores: a fêmea tem um abdómen distendido quando ocorre o amadurecimento das ovas, e no macho, notam-se os "tubérculos nupciais" na cabeça, opérculos e barbatanas peitorais.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS


SISTEMA CIRCULATÓRIO

                O sistema circulatório dos peixes é essencialmente um sistema simples, em que o sangue não oxigenado passa pelo coração. Daí, ele é bombeado para as brânquias, oxigenado e é então, distribuído para o corpo. O coração possui quatro câmaras, mas somente duas delas (o átrio e o ventrículo) correspondem às quatro câmaras (átrios pares e ventrículos pares) dos vertebrados superiores.

A primeira câmara do coração de um peixe, ou câmara receptora, é chamada de seio venoso. Tem uma parede fina como a câmara seguinte, o átrio, para a qual o sangue passa. Do átrio, o sangue passa para o ventrículo, que tem paredes espessas, e é bombeado para fora, passando do cone arterioso para a aorta ventral. O sangue da aorta ventral vai para a região branquial para ser oxigenado, passando pelos vasos branquiais aferentes, depois disso, sai das brânquias através das alças colectoras eferentes e vai para a aorta dorsal. O sistema venoso é constituído pela veia cardinal comum, que entra no seio venoso de cada lado do corpo do peixe, sendo constituída pela fusão das cardinais anteriores e posteriores.    
                O sangue da cabeça é recolhido pelas cardinais anteriores e o sangue dos rins e das gónadas é recolhido pelas cardinais posteriores. As veias abdominais laterais pares, que recebem o sangue da parede do corpo e dos apêndices pares, também entram nas veias cardinais comuns. O sistema porta-renal é formado pela veia caudal e pelas duas veias porta-renais, situadas lateralmente aos rins. O sangue da região caudal passa da veia caudal para as veias porta-renais e entra nos capilares dos rins. O sistema porta-hepático recebe o sangue do estômago e do intestino e devolve-o ao fígado, de onde, depois de atravessar uma série de sinusoides, ele passa para o seio venoso por meio das veias hepáticas pares.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

                O sistema respiratório com brânquias internas é uma característica dos peixes. As brânquias formadas por lamelas branquiais são constituídas por pregas finas, recobertas por epitélio respiratório que se situa sobre redes vasculares ligadas aos arcos aórticos, de modo que o dióxido de carbono do sangue pode ser trocado por oxigénio dissolvido na água. Estas trocas gasosas ocorrem durante os movimentos de bombeamento da água por acção muscular em dois momentos: expansão da cavidade orofaríngea com aspiração de água, e num segundo momento, abertura dos ossos operculares libertando a passagem da água.

                A quantidade de oxigénio disponível na água é 20 vezes menor do que a do ar atmosférico (1 litro de ar = 210mmO2, e 1 litro de água = 10,29 mmO2). O aumento da temperatura diminui a solubilidade do oxigénio na água, trazendo problemas de anoxia para os peixes de regiões tropicais, onde o aumento de temperatura da água também aumenta o seu metabolismo

                Na maioria dos peixes ósseos, um pulmão primitivo transformou-se numa bexiga-natatória ou órgão hidrostático, que pode ou não estar ligado ao esófago por meio de uma conexão dorsal. Por intermédio de glândulas, a quantidade de gás na bexiga-natatória pode ser aumentada ou diminuída, de modo a manter o corpo em vários níveis dentro da água.

LOCOMOÇÃO

                A locomoção dos peixes é feita a partir dos movimentos das suas barbatanas. Geralmente existem barbatanas pares peitorais e pélvicas, uma ou duas barbatanas dorsais medianas ímpares, uma barbatana anal ventral mediana e uma barbatana caudal.

NITRIFICAÇÃO E O "SÍNDROME DO AQUÁRIO NOVO"

                O excesso de nitrogénio ingerido pela maioria dos peixes com barbatanas raiadas é excretado na forma de amónia por difusão pelas guelras e urina junto com grande quantidade de água. Para garantir esta excreção sem desidratar o peixe necessita de ingerir um grande volume de água. Quando a espécie de peixe é de água doce, não haverá nenhum problema, mas quando pertence a uma espécie de água salgada, a ingestão de água salgada pode saturar o meio interno de electrólitos. As espécies de peixes mais antigas, como os tubarões, que sempre permaneceram na água salgada, desenvolveram um artifício para manterem a sua homeostasia: no fígado a amónia tóxica é combinada com dióxido de carbono e transformada em ureia. A ureia, que não é tóxica, pode ser acumulada no organismo, aumentando a sua carga iónica, e evitando a entrada de electrólitos do meio aquático, sendo posteriormente excretada pelos rins.

                A amónia libertada pelos peixes fica no meio aquático, e quando acumulada, pode intoxicá-los. O processo natural de eliminação desta amónia chama-se nitrificação. A nitrificação é um processo microbiano, no qual a amónia é convertida a nitrato, num processo de duas etapas. Espécies bacterianas do género Nitrosomonas oxidam a amónia (sob a forma do ião amoníaco, NH4+) a nitrito (NO2), e as espécies Nitrobacter oxidam o nitrito a nitrato (NO3). A nitrificação é um processo natural, de ocorrência constante no solo e na água, como parte principal do ciclo do nitrogénio. A amónia constitui 80% dos produtos nitrogenados das excreções dos peixes. A nitrificação é o mais eficiente método de remoção da amónia (altamente tóxica) do ambiente dos peixes. Num aquário estabilizado ou "condicionado", as bactérias nitrificantes podem oxidar a amónia a nitrito e nitrato tão eficientemente, que mesmo em caso de densidades populacionais muito elevadas, os níveis de amónia e nitrito permanecem extremamente baixos, a zero será o ideal. As concentrações de nitrato, entretanto, irão aumentar regularmente no ecossistema relativamente artificial que é o aquário, pois não poderá haver plantas suficientes no ambiente, de modo a que todo o nitrato produzido seja utilizado. Este não é, entretanto, um problema grave, pois o nitrato é atóxico para os peixes; concentrações de até 4.000 ppm não os afectarão (a algumas espécies sim). As concentrações apreciáveis de nitrato no aquário irão acarretar o indesejável efeito colateral de estimular o crescimento de algas. As concentrações de nitrato são facilmente controladas pela mudança de aproximadamente 25% da água do aquário, a cada 3-4 semanas, ou caso não sejam muito preguiçosos: 10% semanais com água devidamente condicionada.

Nota pessoal:
Acho que os resultados são muito mais notórios e benéficos, com mudanças semanais de 10% de água, corrigida para os valores de pH e kH iguais aos do aquário. A temperatura também deve ser controlada.

                O "síndrome do aquário novo" é provavelmente responsável por uma mortandade mais elevada de peixes tropicais, a cada ano, do que qualquer doença infecciosa isolada. Este síndrome ocorre quando demasiada quantidade de peixes é colocada num aquário não condicionado. O aquário, nessas condições, não possui um número significativo de bactérias nitrificantes para oxidar a amónia tão rapidamente quanto a sua excreção pelos peixes. Quando isto acontece, a concentração de amónia sobe rapidamente, podendo matar os peixes. Os peixes intoxicados pela amónia exibem sinais de hipoxia, observando-se a hiperplasia (ou fusão das lamelas por crescimento celular) e fusão das lamelas branquiais, resultando em deficiência respiratória.

                Os níveis elevados de amónia estimulam, então, o crescimento de certas espécies de Nitrosomonas, que rapidamente oxidam NH4 em nitrito. Esse metabólito, por sua vez, é também extremamente tóxico para os peixes; provavelmente (1ppm)  acabará por extinguir todos os peixes remanescentes no aquário. O mecanismo de intoxicação por nitritos é similar ao do monóxido de carbono, ligando-se à hemoglobina e, uma vez combinados, impedem o transporte de oxigénio. Assim, os peixes intoxicados por nitritos exibem sinais de carência de oxigénio, vindo finalmente a morrer por asfixia. As altas concentrações de nitrito estimulam o crescimento de espécies de bactéria Nitrobacter, que passa a oxidar o nitrito a nitrato. Neste ponto, o aquário estará condicionado, e deverá facilmente suportar muitos peixes. O tempo decorrente entre o momento em que os peixes são colocados num aquário não condicionado, e o início da mortalidade pelo "síndrome do aquário novo" varia diretamente com a velocidade de produção de amónia, que por seu turno, é determinado pelo número e tamanho dos peixes, sendo geralmente entre 2 a 4 semanas após a montagem do aquário.

                O tratamento pode ser feito pela troca de 25% da água (a água nova deverá ter valores de pH e kH iguais aos do aquário) diária, até que o processo de nitrificação se tenha estabelecido. Esse procedimento irá efetivamente diluir os agentes tóxicos, causando uma acentuada melhoria na condição dos peixes. A prevenção pode ser alcançada por três métodos simples:

                - Introdução lenta e gradual de peixes num novo aquário. Esse método manterá baixos os picos de concentração da amónia e nitrito, dentro dos limites de tolerância dos peixes.

                - Colocação de algumas pedras do fundo (areia) de um aquário já equilibrado, e livre de doenças, no aquário novo. As bactérias nitrificantes aderem à superfície dos grãos, e o procedimento irá, essencialmente, inocular os nitrificantes no aquário. Os peixes, todavia, deverão ainda ser introduzidos cuidadosamente.

                - Estimulação artificial do processo de condicionamento pela adição de sais de amónia e nitrito ao novo aquário. Haverá, em consequência, estimulação para o crescimento de bactérias nitrificantes. Pela monitorização das concentrações de amónia, nitrito e nitrato, pode-se determinar quando é que o aquário estará maduro e apto a receber os peixes.

DOENÇAS INFECCIOSAS

                Os peixes tropicais são altamente susceptíveis a uma variedade de doenças infecciosas. O agente etiológico da maioria destas doenças são bactérias gram negativas com mobilidade. Os principais sintomas e seus possíveis agentes etiológicos estão listados abaixo:

Lesão ou sinal
Possível diagnóstico
Emaciação (peixes magros)
Muitos estados patológicos causam emaciação, entretanto dois agentes em particular devem ser suspeitos: Ichtyosporidium phoferi (um fungo que provoca infecção sistémica) e espécies de Mycobacterium, que causam a tuberculose nos peixes.
Distensão abdominal
 (hidropsia) e/ou
 escamas eriçadas               
Septicemia (invasão sanguínea de todo o organismo por germes patogénicos provenientes de um foco infeccioso pré-existente) bacteriana, usualmente provocada por Aeromonas liquefaciens. A acção de um agente viral também é uma suspeita.
Exoftalmia
Um sinal bastante inespecífico, associado com diversas doenças (mas comummente com septicemia bacteriana).
Barbatanas rotas  

Sinal inespecífico. Má qualidade da água, presença de ectoparasitas (Flexibacter columnaris). Necrose bacteriana.
Lesões brancas com aspeto de algodão
Infecção por fungo, usualmente, Saprolegnia sp (S. parasítica) ou espécies de Achlya ou Aphanomyces. Diagnóstico pela evidência de elementos miceliais nos raspados.
Manchas ou nódulos brancos
Ectoparasitismo. Diagnóstico no exame de raspado de tegumento e fragmento de barbatanas (protozoário, esporozoário).
Áreas esbranquiçadas sob a pele
Esporozoários (Pleistophora).
Crescimentos esbranquiçados verrucosos na pele ou barbatanas
Infecção viral linfo cística (por vírus com hipertrofia dos fibroblastos).
Úlceras avermelhadas
Aeromonas é um invasor secundário, que pode quase que invariavelmente ser cultivado, entretanto, o problema primário pode ser o ectoparasitismo ou ferida.


SEPTICEMIA E ENTERITE

                Uma forma aguda desta doença em peixes tropicais tem sido atribuída a Paracolobactrum aerogenoides, um bacilo gram negativo. Peixes dourados expostos ao agente têm mortalidade de 100% em 19 horas. Os sinais clínicos são depressão e enterite. Ocasionalmente, como resultado da enterite, ocorrerá o prolapso anal (exteriorização do recto) nos estágios terminais. Na necropsia, observa-se um intestino delgado atónico distendido por muco de coloração amarelado. As lesões tendem a ser mais marcadas na porção distal dos intestinos. Os vasos do mesentério e do fígado estarão congestos (acumulados por congestão), e o baço pode estar de volume aumentado até cinco vezes o seu tamanho normal.

                Canamicina ou sulfadiazina adicionadas no aquário podem ser eficazes, juntamente com medidas de limpeza e higiene por parte do proprietário, já que se demonstrou a patogenicidade deste agente ao homem e outros mamíferos.

ASCITE (DROPSY – HIDROPISIA ABDOMINAL)

                A forma infecciosa com ascite é causada pela Aeromonas liquefaciens, um bacilo gram negativo com mobilidade. Os sinais clínicos incluem eritema (coloração avermelhada da pele ocasionada por vasodilatação capilar) difuso da pele. Com a evolução da doença o abdómen distende-se duas a três vezes do normal com fluido ascítico.

                Peixes maiores podem ser tratados individualmente pela administração intramuscular de Cloranfenicol. Banhos de oito horas com Cloranfenicol podem também auxiliar espécimes menores.

DOENÇA RENAL

                Esta doença em peixes foi inicialmente atribuída a um bacilo gram positivo, Moraxella sp. Os peixes afectados apresentam petéquias na pele e pequenas áreas de necrose focal nos rins. Na cavidade peritoneal observa-se um fluido rosa.

                Microscopicamente há uma granulação generalizada. Fibrose generalizada nas vísceras e anastomoses perivasculares dos vasos intestinais caracterizam a doença. Corpúsculos de inclusão de tamanho variado são frequentemente observados nas células acinar pancreáticas. As pequenas inclusões são eosinofílicas e as maiores são basofílicas. Isto sugere uma etiologia viral juntamente com uma granulação bacteriana. Não há tratamento indicado.

TUBERCULOSE

                Causada pelo Mycobacterium piscium, M. platypoecilus, e M. fortuitum, ocorre em várias espécies de peixes mantidos em aquários. Estes agentes são bacilos álcool-ácido resistentes, gram negativos e não móveis. Crescem optimamente na temperatura de 30ºC e param a sua multiplicação a 37ºC.

                Os peixes afectados são anorécticos e rapidamente perdem peso. Apresentam exoftalmia, úlceras cutâneas, descoloração e deformidades esqueléticas. Alguns peixes afectados podem demonstrar fotofobia. Lesões macroscópicas incluem focos necróticos, cinzas que frequentemente se coalescem formando massas similares a neoplasias. O diagnóstico é feito pela demonstração de bacilos álcool-ácido resistentes nos granulomas ou ulcerações.

                Não há tratamento satisfatório, e deve-se tomar muito cuidado na manipulação de peixes infectados já que esta doença é transmissível ao homem.

COLUMNARIS

                A mais comum doença de pele, não parasita, em peixes de aquário é a doença Columnaris. Esta doença é causada por um bacilo gram negativo Flexibacter columnaris, que invade a epiderme, formando inicialmente uma mancha cinza bem delimitada. As lesões evoluem para úlceras. As barbatanas tornam-se desgastadas e as brânquias, áreas de necrose focal. Espécies de Corynebacterium podem estar associadas ao F. columnaris.

                Devido às técnicas especiais de cultivo para o isolamento do agente em laboratório, o diagnóstico é realizado numa montagem húmida em lâmina da lesão, onde o agente pode ser observado como um longo e fino bacilo.

Tratamento à base de Cloranfenicol é efectivo.

 PODRIDÃO DAS BARBATANAS

                A infecção ocorre secundariamente a lesão física, stress por causas psicológicas, superpopulação, desnutrição ou baixa qualidade da água, iniciando-se pela proliferação do epitélio das barbatanas, com engrossamento e opacidade. As lesões invariavelmente iniciam-se da borda distal e avançam lenta e proximalmente. As bactérias Haemophilus piscium e Aeromonas sp têm sido incriminadas como possíveis agentes. Tratamento com Cloranfenicol é eficaz.


ÚLCERAS CUTÂNEAS

                As ulcerações cutâneas ocorrem com certa frequência em peixes de aquário. Os agentes etiológicos incluem: Nocardia asteroides, Aeromonas sp, Mycobacterium piscium e Ichthyobonus hoferi. Os três primeiros agentes são bactérias e o ultimo é um fungo patogénico que pode ser diagnosticado por montagens húmidas da lesão.

 PROTOZOÁRIOS EXTERNOS

                Geralmente motilidade ciliar.

                As infecções maciças irritam a pele e as brânquias, fazendo com que o peixe produza quantidades excessivas de muco como mecanismo de defesa. Esse acréscimo na produção pode tornar deficiente a respiração branquial, levando a sufocamento.

                As lesões provocadas podem evoluir para infecções bacterianas secundárias.

Ichtyopthirius multifiliis "ICTOS" Cryptocaryon irritans

                Causa a chamada "doença da mancha branca". Ocorre em todo o mundo e ataca todos peixes de água doce e nas condições limitadas de um aquário é muito virulenta (a doença similar para peixes marinhos é causada pelo Cryptocaryon irritans). A doença pode ser identificada após alguns dias da introdução de um novo peixe no aquário. Os sinais clínicos incluem pequenas manchas ou pintas brancas sobre o corpo, emaciação, asfixia e morte. Os protozoários Ichtyopthirius são organismos grandes, unicelulares, móveis, com formato esférico a oval tendo o seu maior diâmetro entre 0,05 & 1mm. Toda a sua superfície é ciliada. O seu macronúcleo possui a forma característica de ferradura. Os parasitas vivem em cistos na hipoderme onde os seus movimentos rotatórios podem ser observados. Em alguns casos, a infestação é limitada às brânquias. A partir dos movimentos rotatórios o parasita alimenta-se de partículas epiteliais e fluidos teciduais do hospedeiro. As manchas e pintas brancas que são comummente observadas, chamadas de terontes são parasitas ou grupos de parasitas encistados, não suscetíveis a drogas anti protozoárias. Com o crescimento do protozoário o teronte aumenta de volume, rompe-se e liberta o parasita, chamado trofozoíto que passa a viver sobre a pele ou brânquias do peixe. Posteriormente dirige-se ao fundo do aquário, onde se fixa em objetos como cascalho ou tubos, e encapsula-se numa gelatina, O trofozoíto aderido sofre mitoses internas, produzindo numerosos indivíduos jovens ou tomites. Dentro de um período de 18 a 21 horas (de 23 a 25ºC) são produzidos 250 a 1000 tomites ciliados, sendo libertados para a água. Eles nadam ativamente e caso encontrem algum hospedeiro penetram na pele e dilatam-se formando cistos e desenvolvem-se para novas formas adultas. Caso não encontrem um hospedeiro morrem em cerca de 48 horas. O ciclo é completado em 10-14 dias a cerca de 22ºC, até 21 dias para temperaturas mais baixas.

                Como drogas anti protozoárias não podem penetrar em terontes encistados, o tratamento é direcionado a evitar a reinfecção do peixe pelos tomites. As drogas mais usadas incluem: verde de malaquita, formalina e a mistura de verde malaquita e formalina em peixes de água doce. Para peixes marinhos é utilizado o sulfato de cobre.

                Em adição à quimioterapia, outros procedimentos ajudarão a controlar a infestação. A elevação da temperatura alguns graus acima da temperatura normal do aquário por vários dias tende a limitar a infecção com um efeito adverso nos terontes, bem como estimula a resposta imune do hospedeiro.

                A filtragem com diatomáceas tende a reduzir o número de tomites. A transferência do peixe para uma série de aquário limpos diariamente por sete dias limitará a reinfecção. Na prática pode ser usado um único aquário onde a água é mudada diariamente e que tenha a superfície interna de seus vidros limpas para remover algum trofozoíto.

Epistylus

                Parasitas que apresentam uma longa haste ligada ao peixe; o seu corpo tem a forma de um sino numa das extremidades, possuindo um anel circular ciliado, ao alto.

 

Tetrahimena

                Esses ciliados piriformes são parasitas de vida livre que atacam peixes debilitados. Estão associados com problemas em "gupis" nos quais provocam um anel esbranquiçado de necrose em torno do corpo.
 
                                                               Foto: http://www.beke.co.nz/slike/fnz/tetrahymena/IMG_2144.jpg

ESPOROZOÁRIOS

                A classe dos esporozoários (Sporozoasida) pertence ao reino dos protozoários (Protista, sub-reino Protozoa) e possuem como características:

- Forma piriforme, arredondada ou ameboide;
- Representantes obrigatoriamente de vida parasitária;
- Flagelos e cílios ausentes;

                Oócitos com esporozoítos infectantes. Produzem cistos brancos nos tecidos dos peixes. Essas formações são frequentemente visíveis sem ampliação ótica;

                O diagnóstico pode ser obtido pela colocação de um cisto dissecado, numa lâmina de microscopia, esmagando-o em seguida com uma lamínula. A estrutura dos zoósporos irá auxiliar na identificação.

                As principais espécies encontradas são:

Henneguya sp
                Formam cistos primariamente nas brânquias (onde irão interferir com a respiração) e nas barbatanas. Esses organismos produzem esporos distintos, longos e de "cauda dupla".
 



Pleistophora hyphessobryconis
                Provocam a "doença do tetra-néon ". Estes organismos infectam e destroem a musculatura, provocando o aparecimento de áreas de necrose esbranquiçadas, aparentes através da pele. Essa doença ocorre noutros peixes, além dos tetra-néon. Os cistos (pansporoblastos) contêm numerosos esporos ovais, bastante característicos.
 
                                                                                   Foto: http://www.akv-home.ru/plistofora.htm
FUNGOS

Fungos são um grande grupo de organismos nucleados semelhantes aos vegetais, mas estando ausente a clorofila, e a diferenciação de seus tecidos em raízes, caule e folhas. Quando observado na superfície de um peixe, a infecção fúngica assemelha-se com uma massa de algodão branca. Esta massa, chamada de micélio, é composta de filamentos, conhecidos como hifas, que podem ou não ser ramificadas. Os fungos usam a mateira orgânica como fonte de nutrientes, geralmente vivendo associado com outra forma de vida.

Os fungos em peixes são geralmente um episódio secundário, acometendo animais previamente debilitados invadindo ferimentos causados por outras enfermidades, tanto traumáticas, infecciosa ou parasitárias.

O mais comumente fungo isolado em peixes é Saprolegnia sp.
 

 
 
O diagnóstico é feito pela observação das lesões clínicas típicas, e pela presença de elementos miceliais nas montagens para exame microscópico do material das lesões.

O tratamento é realizado à base de banhos de verde malaquita.

ALGAS

Oodinium ou Ammyloodinium (dinoflagelados)

Este agente causa a "doença aveludada". Os peixes afectados apresentam na sua superfície uma cobertura aveludada branca ou escura. As brânquias geralmente estão infectadas. O parasita tem forma variável de 40 a 100 mícrones, desde esférica até a um cilindro, e usualmente contém grânulos altamente retrácteis.

O ciclo de vida deste parasita inicia-se com a libertação por um cisto maduro (tomonte) de cerca de 250 muito finas, algas nadadoras unicelulares chamadas dinosporídeos. Este tomonte pode estar fixo no muco do hospedeiro ou no fundo do aquário. A divisão das células dentro do tomonte ocorre em 3 a 6 dias dependendo da temperatura da água. Os dinosporídeos precisam de um hospedeiro para se alimentarem num máximo de 48 horas. Como os peixes estão constantemente a bombear água pelas guelras, este tecido respiratório é o mais frequentemente parasitado. Após se fixarem, os dinosporídeos tornam-se cistos (trofontes) e enviam filamentos (rizoitos) para os tecidos do hospedeiro para absorver nutrientes. Em alguns dias, estes filamentos degeneram-se e o parasita torna-se um tomonte. Ocorre divisão celular interna e libertação de novos dinosporídeos.

O tratamento é feito com a manutenção dos peixes em banho com sulfato de cobre por dez dias. A reinfecção é um problema comum e pode estar associado a habilidade do parasita de colonizar o intestino.

TREMATÓDEOS MONOGENÉTICOS

Os peixes podem carregar grande número de vermes parasitários diminutos nos seus corpos, brânquias e barbatanas. Estes parasitas podem multiplicar-se sobre o peixe sem a necessidade de hospedeiros intermediários, sendo denominados tremátodos monogenéticos. A sua ocorrência é comum e podem ocorrer pesadas infecções com altas taxas de mortalidade. São facilmente transmissíveis a outros peixes pelo contacto, e através da água.


Gyrodactylus

Geralmente encontrado sobre o corpo e barbatanas, mas podendo também afectar as brânquias. Estes parasitas têm cerca de 0,8mm e podem ser identificados pela falta de máculas oculares, por um único par de grandes ganchos, e por serem vivíparos. Os indivíduos ainda não expelidos podem ser vistos no interior dos vermes vivos.


As infecções inaparentes são comuns. Os parasitas alimentam-se de sangue e epitélio. Quando presentes as lesões incluem hemorragia localizada, produção de muco e ulcerações localizadas. Infecções secundárias por bactérias (Aeromonas, Flexibacter) são comuns.

Dactylogyrus

Uma espécie de Tremátodos comumente encontrada nas brânquias possui quatro máculas oculares e é vivípara. Os vermes adultos medem cerca de 200 mícrones, tendo tanto gônadas masculinas e femininas, e podendo ocorrer a auto fecundação. O peixe parasitado apresenta movimentos acelerados dos opérculos, dispneia com respiração próxima à superfície, e esfrega-se ao substrato. Quando presente em número suficiente, os parasitas causarão hiperplasia e destruição do epitélio, resultando em asfixia.


O tratamento para tremátodos monogenéticos inclui banhos com formaldeído, água salgada (para peixes de água doce) e organofosforados.

TREMÁTOS DIGENÉTICOS

Os tremátos digenéticos em peixes podem ocorrer como formas adultas no trato digestivo ou, mais comumente, como estágios intermediários encistados nos tecidos. É raro encontrar peixes tropicais como hospedeiros finais de formas adultas de parasitas nos intestinos, mas frequentemente servem como hospedeiro intermediário secundário. Na maioria dos casos uma ave que se alimenta de peixes e que elimina ovos de parasitas para a água. Os ovos evoluem para miracídeos que penetram numa espécie específica de caramujo. Após o desenvolvimento nos caramujos, as procercárias são expelidas e penetram nos peixes. Aqui se desenvolvem em Metacercárias dentro de cistos.
Formas larvais do género Neascus são frequentemente observadas em peixes tropicais como pintas pretas de 2 a 3mm na pele de peixes. Estas pintas pretas representam uma reação melanínica ao redor da Metacercária encistada.


COPÉPODES (CRUSTÁCEOS)

Os parasitas copépodes são comuns, incomodam bastante, e são de difícil controlo. Há crustáceos de água doce e marinhos. Algumas espécies não parasitas, servem como hospedeiros intermediários para certos helmintos. Alguns copépodes introduzem-se profundamente na pele, não sendo incomodados por agentes químicos.

Argulus

Comumente referido como "piolho dos peixes". Os organismos possuem uma forma achatada, com aspecto de pires, podendo ser observados rastejando rapidamente sobre o corpo do peixe parasitado. Quando imóvel, o parasita assemelha-se a uma escama. O exame cuidadoso dos indivíduos irá revelar a presença se patas articuladas e duas grandes ventosas discoides para aderência, o que dá aos organismos a aparência de possuírem dois olhos. Quando presos ao peixe, os parasitas alimentam-se de sangue e fluidos corpóreos. Mesmo peixes maiores



podem morrer, se o parasitismo for intenso.








Achetheres

Comuns nas guelras dos peixes, onde os seus corpos de cores claras se destacam, em agudo contraste com o vermelho-escuro dos filamentos branquiais. Neste crustáceo, as patas desaparecem; duas formações bucais modificam-se, redundando num par de apêndices curvos, que se podem fusionar nas extremidades, com isso aderindo o parasita às brânquias. Esses parasitas consomem sangue branquial, sendo uma séria ameaça para o peixe.

Lernaea

Também conhecido como verme-âncora. O local de aderência tem a área circunvizinha inflamada, desenvolvendo frequentemente infecções bacterianas ou fúngicas secundárias. O parasita fica tão firmemente aderido aos seus hospedeiros, que deve-se tomar precauções aquando da remoção dos organismos. Após a aderência das formas juvenis, os apêndices da cabeça modificam-se, de modo que o parasita fica assemelhado a uma âncora, na extremidade anterior. Essas protusões ramificantes impedem a retirada do parasita. Esse organismo frequentemente é factor primário nas infecções bacterianas.

TRATAMENTO E DOSAGENS

Rotas de administração:

BANHO: refere-se ao tratamento no qual a droga é dissolvida na água onde o peixe está a nadar. O tratamento usual dura de 15 minutos a 24 horas. A dosagem é geralmente baseada no volume de água e não na biomassa do peixe.

MERGULHO: refere-se ao tratamento no qual o peixe é submerso numa solução por um período de 1 segundo até 15 minutos. O volume de água é usualmente menos que aquele no tratamento de banho e a concentração da droga é frequentemente alta.

BANHO INDEFINIDO: a medicação é adicionada ao aquário ou tanque e usualmente não há troca de água ou retirada dos peixes.

INJECÇÃO: o antibiótico é dado por injecção com agulha hipodérmica e seringa. As vias podem ser subcutânea, intradérmica, intramuscular, intravenosa e intraperitoneal.

ORAL: a medicação é misturada com a alimentação. Usualmente há a incorporação da droga numa dieta gelatinosa. Para grandes peixes, a medicação pode ser colocada num pedaço de alimento e então a sua ingestão pode ser feito a força.

TÓPICA: o antibiótico é aplicado directamente na lesão.



Referências:

WALLACH, J.D. & BOEVER, W.J. Diseases of exotic animals, W.B. Saunders Co., 1983

MOE, M.A Jr. The marine aquarium handbook, Green Turtle, 1992

GRATZEK, J.B., SHOTTS, E. B. and DAWE, D.L. Infectious diseases end parasites of freshwater ornamental fish. In: GRATZEK, J.B. Aquariology: ‘Fish diseases & water chemistry’, Tetra Press, 1992.

Referência especial: Mislena Miguez
 

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Lista de Ingredientes Activos


Esta é uma lista dos componentes mais comuns, utilizados na manutenção de Peixes para os seus Tratamentos, Anestesias, Tranquilizantes, Desinfecção, Esterilização e Anti-sepsia.
           
A forma utilizada é a seguinte: Nome do Composto (genérico e o não comercial) – Modo de usar e / ou como administrar (se aplicável); (concentração / duração do tratamento) – indicações – precauções especiais.

Ácido Acético – Banho (1 – 2ml de Ácido Acético Glacial / Litro;
AVISO: manusear este produto com cuidado e sempre com luvas;
Tratamentos de 45 segundos a 10 minutos – Ectoparasitas.

Acriflavina (deixou de ser utilizável, devido ao aparecimento de imensas estirpes que a ela ganharam resistência) – Infecções bacterianas sistémicas.

Trihidrato de Amoxicilina – (Nota: fabricado pela Pfizer; genéricos pelo EMS; comercializado em Espanha como ‘Ardine’)
Via oral (40 – 80mg/Kg de Peixe durante 10 dias) ou injectada – Infecções bacterianas sistémicas.

Ampicilina Sódica – (Nota: laboratório LABESFAL; laboratório ATRAL)
Via oral (50 – 80mg/Kg de Peixe durante 10 dias ou injectada – Infecções bacterianas sistémicas.

Benzocaína (como anestésico) (Nota: laboratórios: CONFAR, FERRAZ LYNCE, MEDINFAR, etc.)
(50 – 500mg/litro; provocará anestesia em 60 segundos; (10 – 40mg /litro) como sedativo para transporte.

Cloranfenicol – (Nota: laboratório ALMIRO SA, cápsulas Cloranfenicol - Labesfal)
Injectado (20 – 50mg/Kg de Peixe, Intraperitoneal, uma vez por semana durante duas semanas) - Infecções bacterianas sistémicas.

Clorotetraciclina Só existe AURECIL pomada oftálmica – Banho, via oral ou injectada – Hidropisia, Inchaço Ventral dos Malawi, Necrose das Barbatanas, infecções bacterianas sistémicas.

Difluorobenzuron – Banho (0,03mg/litro) – Altamente eficaz contra a Lernaea.

Dimetridazol – (Nota: EMtril MR)
Banho, via oral ou injectado – Hexamita (Doença do buraco na cabeça).

Cloridrato de Doxiciclina (+ Sulfafurazol) – (Nota: Kantrex, Vibramicina)
Injectado – Emagrecimento contínuo.

(?)Enrofloxacina – (Nota: Enroflox, Baytril 10 a 50mg)
Banho (2mg/litro durante 5 dias), via oral (10mg por Kg de Peixe, durante 10 dias), ou injectado (10mg por Kg de Peixe – IM Intramuscular ou IP Intraperitoneal – durante 3 dias) – infecções bacterianas sistémicas.

Eritromicina – (Nota: Eritrocina, Eritromicina-Labesfal, E.S.E.)
Via oral (25 – 50mg por Kg de Peixe, durante 4 a 7 dias) – Infecções bacterianas sistémicas (principalmente renais).

(?) Flumequina – Banho (50 – 100mg/litro durante 3 horas), via oral (10mg por Kg de Peixe durante 10 dias), ou injectada (30mg por Kg de Peixe – Intraperitoneal) – Infecções bacterianas sistémicas.

(?) Formalina – Banho (1ml/10 litros/15min/3 dias seguidos), ou 1ml/100litros/3 dias seguidos) – Protozoários da pele e guelras, perda de mucosa dérmica. Esterilização: 6 – 8%, Desinfecção: 1 – 8%, Anti-sepsia: 70%.

(?) Furaltadona – (Nota: Nitrofurano a utilizar com precaução; proibida nos Animais para consumo Humano) Imersão prolongada (20 – 50mg/litro durante 24 horas) – Infecções bacterianas sistémicas.

(?) Furazolidona – (Nota: Nitrofurano, ler acima)
Imersão prolongada (1 – 10mg/litro durante 24 horas, pelo menos), via oral (50 – 100mg por Kg de Peixe, durante 15 dias) – Infecções bacterianas sistémicas (por ex: doença das feridas), Hexamita (Doença do buraco na cabeça), sintomas associados à doença dos Néon.

Sulfato de Kanamicina – (Nota: Marca BECTON DICKINSON, Kanamicina inj 1g/4ml)
Imersões prolongadas (50 – 100mg/litro de 3 em 3 dias num total de 3 tratamentos, com muda de 50% da água após cada tratamento; Via oral (50 mg/Kg de Peixe); Injectável (20 mg/Kg de Peixe, Intraperitoneal, de 3 em 3 dias durante 14 dias) – Infecções Branquiais e das Barbatanas, Tuberculose dos Peixes (Perda de Peso e/ou volume).
 
Levamisol - (Mysol pó 75 mg/g) Nemátodos internos.
(?) Verde de Malaquite – Banho (50-60 mg/litro de 10 a 30 segundos ou 1 mg/litro de 30 a 60 min); Imersão prolongada (0.10 mg/litro três vezes com 3 dias de intervalo entre cada um, filtrar com Carvão Activo depois do tratamento, para eliminar resíduos do produto); Aplicação local (aplicar com uma cotonete, nas zonas de ferida, uma solução de 100 mg/litro) - Fungos, Ponto branco, Emagrecimento, Veludo, Infecções tipo Mofo e Ectoparasitas aquáticos.

(?) Verde de Malaquite + Formalina - Imersão prolongada (25 ppm formalina + 0.10 mg/litro de Verde de Malaquite); dia sim-dia não, durante 3 dias; mudar 50% da água dia sim-dia não) – Adelgaçamento cutâneo, Íctio, outros protozoários externos, tremátodos e lombrigas.

Mebendazol
– (pantelmin, fluvermal comp e xarope)
Ténia intestinal.

(?) Azul de Metileno – Banho prolongado (2 mg/litro durante alguns dias, que poderá ter que ser repetido) – Fungos dos Ovos, protozoários externos.

Metrifonato
– Vermes âncora, tremátodos da pele e guelras, crustáceos parasitas, sanguessugas.

Metronidazol –(Flagyl)  
Banhos continuados: o medicamento deverá ser aplicado nos dias 1,3 e 7 à razão de 5mg/ litro. Uma troca parcial de 50% da água antes de cada tratamento aumenta a probabilidade de sucesso. Se a doença estiver em estado avançado, a cura está comprometida mas devem tentar 250mg do medicamento por cada 40 litros de água durante 4 dias consecutivos com mudanças de 50% de água em cada dia; - Hexamita (doença do buraco, na cabeça).

Minociclina –(minocin. Minotrex comp)
Banho continuo (7 mg/litro durante 2 dias, mudança total da água e repetir
AVISO: não repetir pela terceira vez, pois que esta pode ser letal)
Hidropisia, Inchaço do Malawi, Necrose das barbatanas.
AVISO: Usar apenas se as Tetraciclinas falharam.

(minociclina + sulfafurazol) Doença de emaciamento.

Ácido Naladíxico (wintomilton - sanofi) ( forma solúvel em água ) banho (13 mg / litro por 1 a 4 horas, repetir se necessário) - infecções bacterianas sistémicas.
Doença de perda de peso. Tuberculose piscícola.

Sulfato de neomicina Sulfato de neomicina (enteromicina 25mg comp) imersão prolongada (66 mg / litro a cada 3 dias, 3 vezes no máximo) - infecções bacterianas sistémicas.

(?) Niclosamida Helmintos intestinais, particularmente ténias.

(?) Nifurpirinol banho (1-2 mg / l durante 5 minutos a 6 horas), imersão prolongada ( 0,1 mg / litro durante 3 a 5 dias) , por via oral ( 4-10 mg / kg de peixe , duas vezes por dia durante 5 dias) – apodrecimento das barbatanas, doença tipo algodão, infecções bacterianas sistémicas.

(?) Nitrofurazona banho (100 mg / litro durante 30 minutos ou de 10 mg / litro para 6-12 horas; pode ser repetido , se necessário ), imersão prolongada ( pelo menos 2 mg / litro de 5 a 10 dias) - infecções bacterianas sistémicas.

(?) Ácido Oxolínico banho (25 mg / litro durante 15 minutos, repetindo duas vezes por dia durante 3 dias), imersão prolongada (1 mg / litro durante 24 horas), por via oral (10 mg / kg de peixe durante 10 dias) - infecções bacterianas sistémicas.

Oxitetraciclina Cloridrato de Oxitetraciclina (só Terricil - pomada oftálmica )
Banho (10-50 mg / litro para 1 hora), imersão prolongada (10-100 mg / litro por 1-3 dias; doses mais elevadas em água dura; tratar novamente no terceiro dia depois de uma mudança de água de 50%), por via oral ( 55-83 mg / kg de peixe durante 10 dias), injectável ( 25-50 mg / kg peixe, IM ou IP)
AVISO: Este medicamento é fotossensível; desligar luzes e cobrir o tanque durante todo o tratamento - Hidropisia, inchaço Malawi, podridão das barbatanas, infecções bacterianas sistémicas.
AVISO: existem algumas estirpes resistentes à oxitetraciclina. Se for este o caso, podem mudar para a minociclina. Tentem sempre a oxitetraciclina primeiro - usem minociclina como último recurso.
 

(?) Percloratos / cloretos - Desinfecção de redes, vidros, cascalho, pedras. Usem condicionador para água da torneira nas etapas de lavagem para remover o cloro.
(?) Permanganato de potássio Activo contra piolhos de peixe; desinfecção.
(?) Fenoxietanol Doença tipo algodão, podridão das barbatanas.
(?) 2-fenoxietanol Anestésico.
Citrato de Piperazina - Piperazina-pipertox Xarope
Parasitas intestinais lombrigas intestinais.
(?) Sulfonamida Potenciada Infecções bacterianas sistémicas.
(?) Povidona Mistura coloidal
(?)praziquantel Parasitas do sangue, helmintos internos, (talvez) dirofilariose do peixe.
(?) Sulfato de Quinaldina Anestésico
(?) Sarafloxacina (Sendo testada) infecções bacterianas sistémicas.

Sulfadiazina Trimetoprim oralmente (30 – 50mg / Kg de peixe por 7 – 10 dias), injectável (125mg/Kg de peixe IP) – infecções bacterianas sistémicas.

Sulfadimetoxina - ormetroprim Oralmente apenas (50 mg / Kg de peixe por 5 dias) - infecções bacterianas sistémicas.

Sulfadimidina Infecções bacterianas sistémicas.

Sulfafurazol (+ doxiciclina HCl ou minociclina HCl) – doença de emaciamento.

Sulfamerazina oralmente só (220 mg / Kg de peixe por 14 dias) - infecções bacterianas sistémicas Advertência: muitas cepas resistentes de patógenos, pode não ser eficaz.

Sulfametazina

Sulfametoxazol - Banho de trimetoprim (25 mg / litro de 6-12 horas), por via oral (50 mg / Kg de peixe durante 10 dias), injectável (50 mg / Kg de peixe a cada dia por sete dias) infecções bacterianas sistémicas.

Sulfatiazol

Cloreto de Sódio – O sal comum é um dos tratamentos mais antigos; é bastante efectivo e, quando bem usado, pode ser uma ajuda valiosa contra um grande número de infecções externas. Os banhos de sal não devem ser realizados em recipientes metálicos (principalmente de zinco ou galvanizados), pois são tóxicos para os peixes. O sal recomendado é o isento de Iodo.
O mecanismo de acção que actua sobre os protozoários, monogénicos, e, inclusive, nas bactérias, é a diferença de pressão osmótica, que faz com que os parasitas, após certo tempo, se soltem do hospedeiro e morram. A posologia recomendada por CARNEVIA (1993) é a seguinte: banho profilático médio: 2-5g/l por tempo indefinido, banho profilático forte: 5-10g/l por tempo indefinido e banho curto 15-30g/l durante 15-30 min de 2 em 2 dias.
 

Ref.ª: George J. Reclos

Pesquisa, Tradução e Adaptação:


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Como montar um Aquário Hospital

Como o próprio nome sugere, o Aquário Hospital é um Aquário ou recipiente onde isolaremos o ou os Peixes doentes, tratados pois à parte, até que estejam aptos a voltar ao Aquário principal.

É extremamente importante ter um Aquário ou recipiente de reserva, para fins de tratamento.

Ver artigo completo em:
Como montar um Aquário Hospital


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Algumas informações muito curtas:

Por mais cuidados que possamos ter com os nossos inquilinos, mesmo recebendo os cuidados básicos essenciais, os peixes podem ficar doentes. 

Alterações nas barbatanas, pele sem brilho, lesões nas escamas ou nos olhos, pouca movimentação e uma longa permanência no fundo do aquário são sinais de que alguma coisa não está bem.

Somos os detentores do bem estar do nosso aquário. Então é essencial uma visão mais atenta, e não apenas contemplativa.

Ao longo deste processo de partilha, no blog, vou referenciando algumas doenças, e tratamentos, seguro que sejam úteis, em prole de um nadar mais saudável.

Até lá, aqui refiro algumas das doenças mais comuns.

Ictiose:
Provoca dificuldade respiratória e pontos brancos nas escamas. É causada pelo protozoário Ichthyophthyrius multifiliis. Principais sintomas: pequenos pontos brancos espalhados por todo o corpo e barbatanas. Estas ficam fechadas, e o peixe tenta esfregar-se nas pedras, nas decorações, nas plantas ou no fundo, dificuldade para respirar.



Furunculose:
muitos dos protozoários presentes no aquário podem levar à comparação de pontos brancos, mais ou menos realçados, mais ou menos parecidos com um furúnculo. É o caso do: Ichthyo, da Chilodonella, da Glossotella e vários outros esporos. Como fazer então para distinguir as duas patologias? Acima de tudo observando com atenção as bordas dos “pontinhos”: não é tão importante aquilo que é visível ao centro, mas sim quanto antes o aspeto que a pústula tem na periferia. No caso dos protozoários parasitas, o pontinho branco é só provocado pelo aumento de volume numa célula, destinada a produzir novos indivíduos.







Costiose:
Causa manchas nas barbatanas, e perda de apetite. 


Olhos embaciados:
(Ou com manchas brancas). É causado pelos tremátodos monogenéticos Dactylogyrus sp. ou Gyrodactylus sp. Pode ainda ser causado por protozoários, bactérias e fungos. Outros sintomas: limo nebuloso cobrindo apenas os olhos e falta de apetite, respiração ofegante e inchaço das brânquias.


Olhos inchados:
É causado por bactérias, fungos ou vermes. Outros sintomas: os olhos mostram-se salientes e pode ocorrer inchaço da barriga e barbatanas roídas.



Doença do algodão:
Produz manchas brancas e perda de escamas.



Fungos na boca:
Causa uma lesão no local. Apesar do nome, normalmente é causada pela ação da bactéria Flexibacter columnaris. É comum também a ocorrência simultânea de fungos. Outros sintomas: tufos na boca que se parecem com algodão.


Doença do veludo ou Oodiniose:
Caracterizada por perda de apetite, de coordenação e dificuldade respiratória. É causada pelo protozoário Oodinium pilullaris. Outros sintomas: pontos brilhantes, numerosos, similares a gotinhas douradas aveludadas, acompanhada da falta de apetite e respiração ofegante, perda do equilíbrio e peixes esbranquiçados.


Septicemia:
É uma infeção generalizada. A colonização original geralmente é produzida por Pseudomonas fluorescens e Aeromonas liquefasciens ,seguidas por Mycobacterium sp. e mixobactérias do género Cytophaga columnaris e outras. Por sua vez, os tecidos necróticos servirão de meio de cultura para fungos dos géneros Saprolegnia e Achyla, que também favorecem a perda dos mesmos.


Tuberculose:
A barriga fica com aspecto ressequido por causa da desidratação. O peixe fica magro, com o ventre retraído, e come muito pouco. Pode ser causada por alimentação de má qualidade ou pouco variada.



Até já

Pesquisa, Tradução e Adaptação:
buarquesense@live.com.pt

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Permanganato de Potássio

1. História

Foi descoberto em 1659 pelo químico alemão Glaube, quando fundiu uma mistura do  mineral  Pirolusita com Carbonato de Potássio. Obteve um material que dissolvido em água formou uma solução verde de Manganato de Potássio que, lentamente, mudou para a cor violeta devido a formação do Permanganato de Potássio.

2. Usos

É utilizado como agente oxidante em muitas reacções químicas em laboratório e na indústria. Também é utilizado como desinfectante em desodorizantes. É usado para tratar algumas enfermidades parasitárias dos pés, no tratamento da Água para a tornar potável e como antídoto em casos de envenenamento por Fósforo . Na África, muitos utilizam-no para desinfectar vegetais com a finalidade de neutralizar qualquer bactéria presente. Soluções diluídas (0,25%) são utilizadas como colírios bucais e, na concentração de 1%, como desinfectante para as mãos.
É usado como reagente na síntese de muitos compostos químicos. Em química analítica, uma solução padrão aquosa é usada com frequência como oxidante em funções 'redox'.
O permanganato reduz-se ao catião Mn+2, incolor, em soluções ácidas. Em soluções neutras, o Permanganato reduz-se a MnO2, um precipitado castanho no qual o Manganês tem um estado de oxidação 4+. Em soluções alcalinas, reduz-se a um estado de oxidação 6+, formando o K2MnO4.
É utilizado como reactivo para determinar o número Kappa (capacidade de Deslignificação – redução da Lignina) na polpa de celulose (obtenção de massa de papel com baixo teor de Lignina).

Uso do Permanganato de Potássio no controle de infecções externas dos Peixes ornamentais

                            Muitos problemas das doenças dos Peixes ornamentais começam como infecções externas. Se não controladas, estas infecções podem tornar-se sistémicas, de onde pode resultar a morte dos Peixes. O uso correto de Permanganato de Potássio pode efetivamente controlar muitos agentes bacterianos, parasitários e fúngicos antes de se estabelecerem infecções sistémicas, elinando muitas vezes a necessidade de antibioterapia. O proprietário de Peixes economiza dinheiro, pois o uso de antibióticos caros é menor, diminuindo assim a incidência de estirpes bacterianas resistentes. Nos Peixes do comércio, o uso correto de Permanganato de Potássio no início de uma infecção também pode acelerar os movimentos dos Peixes, já que eles não precisam de ser mantidos em longos (geralmente 10-14 dias) tratamentos com antibióticos.


   
Precauções
                              

O KMnO4 sólido,   é um forte agente oxidante e deve ser mantido longe de glicerina, etanol e outras substâncias orgânicas além do ácido sulfúrico, sob risco de reação explosiva. Soluções diluídas de permanganato de potássio em água são menos perigosas. A mistura do Permanganato sólido com ácido clorídrico concentrado produz o perigoso gás cloro. 




                     Fio de Cobre aquecido
                                       V 
 

                                            Moléculas:

 






Corpo e Roupas
O Permanganato mancha a pele e a roupa (ao reduzir-se para dióxido de Manganês - MnO2), sendo portanto necessário um manuseio cuidado. As manchas na roupa podem ser retiradas lavando com ácido acético. As manchas na pele desaparecem nas primeiras 24 horas. A ingestão de 10 a 20 gramas é geralmente fatal. Procurem imediatamente um médico em qualquer tipo de ingestão.

O que é o Permanganato de Potássio?
O Permanganato de Potássio (KMnO4) é um agente oxidante que tem sido utilizado há muitos anos na aquacultura. Ele também é usado em sistemas de condicionamento de Água e na pichelaria (canos de Água). Como oxidante, é capaz de "queimar" quimicamente os materiais (dejectos) orgânicos. Isto inclui a matéria orgânica indesejável, tal como bactérias, parasitas e fungos, bem como material desejável, tais como o tecido branquial e o muco. Porque o produto químico não pode distinguir entre os desejáveis ​​e os indesejáveis ​​da matéria orgânica, cabe ao utilizador usar o produto de uma forma que resulte no benefício máximo e no dano mínimo aos Peixes tratados.

Alteração de cor associada ao uso de Permanganato de Potássio
Quando o Permanganato de Potássio está ativo (na sua forma não oxidada), a Água tratada fica com uma cor rosa-púrpura. Como o produto é "desativado" (por oxidar material orgânico), a Água muda de cor para amarelo ou castanho lama. Esta mudança de cor é uma importante ferramenta no monitoramento do tratamento químico (discutido abaixo), porém, isso pode tornar o Permanganato de Potássio indesejável ​para uso em Aquários, exposições, ou Lagos ornamentais. Tal como acontece com muitos produtos químicos usados​na Água, o Permanganato de Potássio é prejudicial para as Plantas e Invertebrados.

Uso do Permanganato de Potássio
Para a maioria dos Peixes, o Permanganato de Potássio pode ser administrado numa concentração de 2 mg/L como banho de longa duração (4 horas mínimo) em Água doce ou Água salgada. O Permanganato de Potássio também é razoavelmente seguro para uso em sistemas de recirculação e tem um impacto mínimo sobre os biofiltros quando usado a 2mg/L. A Água tratada deve conservar a coloração púrpura por pelo menos 4 horas. Alguns Peixes, incluindo alguns Ciclídeos do lago Malawi, são sensíveis ao Permanganato de Potássio e a concentrações mais baixas (1mg/L) pode ser mais seguro. O Aquariófilo pode determinar a sensibilidade dos Peixes, observando o comportamento deles durante o tratamento. Isto é especialmente importante quando se trata uma espécie pela primeira vez. Se o Peixe reagir negativamente, a ação imediata (como diluir o produto químico com água fresca) pode ser tomada.
              
                     Como o Permanganato de Potássio é desativado pela matéria orgânica, pode ser necessário aumentar a quantidade adicionada aos Lagos ou outros sistemas onde se acumulou material orgânico. Uma maneira segura de fazer isto é adicionar Permanganato de Potássio para o sistema a subidas de 2mg/L. Se a água muda da cor roxa a castanho em menos de quatro horas depois do início do primeiro tratamento, devem adicionar 2mg/L. Se uma aplicação total de 6 mg/L de Permanganato de Potássio não mantem a cor roxa por pelo menos quatro horas, o sistema deve ser limpo. A maioria dos organismos que são tratados com Permanganato de Potássio prosperam num ambiente organicamente rico e, portanto, uma boa limpeza pode ter um tremendo impacto sobre a eficácia do tratamento.

O Permanganato de Potássio também pode ser usado como um banho de curto prazo nas concentrações de 10mg/L por 30 minutos. A esta concentração, é obrigatória uma observação cuidadosa dos Peixes para evitar a mortalidade. Este é um tratamento conveniente quando os Peixes são retirados dos Lagos e vão para locais onde serão triados e depois despachados. Após um tratamento de Permanganato de Potássio com uma concentração baixa (0,02-1,0%) de sal (cloreto de sódio) como um tratamento semipermanente durante vários dias ou semanas (dependendo da espécie tratada), o descrito antes pode ser benéfico. Esta combinação é particularmente eficaz para minimizar infecções Columnaris após manusear os Peixes.

O Permanganato de Potássio pode ser usado como um desinfetante de superfície em concentrações de 10 (30-60 minutos de contato) a 500 mg/L (30 segundos de tempo de contato) numa instalação para Peixes ou viveiros, no entanto, compostos de amônio quaternário são mais adequados para esta finalidade. O Permanganato de Potássio vai matar bactérias, fungos e muitos agentes parasitários, mas não é anti viral.

Frequência de tratamento
Como mencionado acima, o Permanganato de Potássio é um oxidante indiscriminado e, como tal, pode queimar o tecido branquial e muco dos Peixes tratados, se a dose for demasiada. Uma boa regra de ouro para evitar danos excessivos aos Peixes é evitar tratá-los com Permanganato de Potássio mais de uma vez por semana. Se um tratamento químico é necessário para uma situação que exige a aplicação mais frequente, como o tratamento para um surto de "Ictio" (Ichthyopthirius Multifilis, ver circular 920 da IFASE), o Permanganato de Potássio não é uma boa escolha.
            
                           
Falha no tratamento
Uma baixa eficácia após o uso de Permanganato de Potássio é geralmente causada por um de três fatores: (1) diagnóstico incorreto ou incompleto; (2) cálculo incorreto ou medição da quantidade de produto necessário, e (3) material orgânico excessivo no sistema, resultando em rápida degradação do produto químico. Em qualquer altura podem submeter os Peixes doentes a um diagnóstico laboratorial para resultados precisos. O volume de Água tratada, a precisão dos cálculos para determinar a taxa de tratamento, e uma medição precisa (em peso) do produto químico utilizado, são essenciais para a aplicação de uma dose apropriada. Como mencionado acima, uma quantidade excessiva de matéria orgânica no sistema resultará em desativação rápida do Permanganato de Potássio e, portanto, o tempo de contato com o produto ativo será insuficiente para um tratamento eficaz. Isso é muitas vezes um problema em Lagos fortemente povoados.

Determinar a quantidade de Permanganato de Potássio a usar
Para calcular a quantidade de produto necessário, uma fórmula simples pode ser usada:

Quantidade de Produto = Volume x Fator de Conversão x Taxa de Tratamento

Se o volume do Lago ou Aquário é medido em Galões, o fator de conversão é 0,0038 e a resposta será dada em gramas (ver Tabela 1 para outros factores de conversão). Para uma taxa de tratamento de 2 mg/L, essa fórmula seria:

Gramas de Produto = Galões a tratar x 0.0038 x 2mg/L

em pó
Cálculo da Concentração





                                           
                                                      


                                                                        
Portanto, para tratar uma cuba de 250 galões, os gramas de Permanganato de Potássio necessários são:

Gramas necessários = (250 gal) x (0,0038) x (2 mg/L) = 1,9 gramas

                          Uma escala de gramas barata pode ser obtida através da compra de uma escala de dieta na Vossa mercearia local ou farmácia. Uma colher de chá rasa de Permanganato de Potássio pesa cerca de 7,0 gramas.
                          
Uso de uma solução Padrão
Um método alternativo de medição de Permanganato de Potássio é preparar uma solução padrão. Esta é uma solução concentrada de produto a partir da qual pequenas quantidades podem ser usadas para tratar tanques conforme a necessidade. Isto é útil quando é necessário tratar vários tanques ou aplicar múltiplos tratamentos. Uma maneira fácil de se fazer uma solução padrão de Permanganato de Potássio é a compra de uma garrafa de um Galão de Água destilada, pesar 285 gramas de Permanganato de Potássio, adicioná-lo à Água e misturar muito bem. Esta solução irá fornecer uma dose de 1mg/L, quando aplicada numa taxa de uma gota por galão. Portanto, para atingir a concentração desejada de 2mg/L, a solução padrão pode ser aplicada a 2 gotas por Galão. A solução padrão deve ser armazenada em local fresco e escuro. Substituir/renovar anualmente.

Ao tratar sistemas maiores, é útil lembrar que 20 gotas são iguais a um mililitro (ml) ou um centímetro cúbico (cc) se medirem o líquido com uma seringa. Portanto, um ml da solução padrão tratará dez galões de Água com uma concentração de 2mg/L.

             Precauções de segurança ao manusear Permanganato de Potássio 
O Permanganato de Potássio é relativamente seguro de manusear, no entanto, todas as substâncias químicas devem ser tratadas com cuidado. O Permanganato de Potássio irá facilmente manchar a roupa e a pele. A descoloração castanha da pele não é dolorosa, mas pode ser feio e leva vários dias para desaparecer. Manchas castanhas na roupa podem ser permanentes. Luvas e vestuário de proteção são recomendadas para o manuseio do Permanganato de Potássio.

Piscicultores e Aquariófilos misturam produtos químicos de quando em vez. É importante que o Permanganato de Potássio e a Formalina NUNCA sejam misturados, pois é uma combinação que pode ser explosiva.

 Resumo
O Permanganato de Potássio é um oxidante que pode ser usado para "desinfectar" a superfície externa dos Peixes. Ele remove efetivamente a maioria dos parasitas externos, bem como fungos e agentes bacterianos. A maioria dos Peixes pode ser tratada por imersão prolongada numa solução de Permanganato de Potássio de 2mg/L (a Água deve manter uma cor roxa por pelo menos 4 horas), embora algumas espécies (ex: Ciclídeos do Malawi) parecem ser sensíveis ao produto e não toleram um banho assim forte (2mg/L). Por causa das suas duras propriedades oxidantes, o Permanganato de Potássio não deve ser aplicado aos Peixes mais do que uma vez por semana ou pode resultar em mortalidade. É seguro para uso em ambientes marinhos e de recirculação a 2mg/L. O Permanganato de Potássio pode manchar a pele e roupas, cuidado pois ao manuseá-lo. O produto não deve ser misturado diretamente com formalina pois pode provocar explosão ou incêndio.

Tabela 1: Fatores de Conversão Comuns para Uso no Cálculo da Quantidade de produto a usar numa Unidade de Volume de Água numa Concentração de 1 ppm (1mg/L).

Unidades                                               Fator de Conversão
gramas por litro                                                 0,0038
libras por acre-pé                                               2,72
gramas por pé cúbico                                        0,0283
libras por pé cúbico                                           0,000062

                           
Notas de Rodapé
1. Este documento é FA37, um de uma série do Departamento de Pesca e Ciências Aquáticas, 'Florida Cooperative Extension Service', Instituto de Alimentos e Ciências Agrárias, Universidade da Flórida. Primeira publicação: Junho de 1997. Visitem o sítio do EDIS.

2. Ruth Francis-Floyd, professor associado, Departamento de Pesca e Ciências Aquáticas (Institute of Food and Agricultural Sciences) e do Departamento de Ciências Clínicas de Grandes Animais (Faculdade de Medicina Veterinária), e RuthEllen Klinger, cientista biológico, Departamento de Ciências Clínicas de Grandes Animais ( Faculdade de Medicina Veterinária), Cooperative Extension Service, Instituto de Alimentos e Ciências Agrárias, Universidade da Flórida, Gainesville, 32611.

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Florida Cooperative Extension Service / Institute of Food and Agricultural Sciences / University of Florida / Christine Taylor WaddillDean

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University of Florida
Cooperative Extensio Service
Institute of Food and Agricultural Sciences

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Referências:
Ruth Francis-Floyd e Ellen Ruth Klinger = 15 de Junho de 2002
  • F. Burriel, F. Lucena, S. Arribas and J. Hernández, (1985),Química Analítica Cualitativa.
  • Fatiadi, A. J. Synthesis 1987, 85-127.
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